Dicotomia: Obras Engenhosas X Impactos Socioambientais
No dia
08/03 iniciamos uma série de palestras com professores especialistas nas áreas
das ciências sociais, buscando sempre uma conexão com a questão ambiental. O
primeiro convidado foi o professor da UFSB-CSC e Antropólogo Spency Kmita
Pimentel.
Prof. Spency
Começamos os debates com a finalidade de analisar a longa
(desde 1975) e polêmica discussão sobre a construção da Usina Hidrelétrica de
Belo Monte, a maior do Brasil, que está localizada na bacia do Rio Xingu,
próximo ao município de Altamira, no sudoeste do Estado do Pará, uma vez que há um grande debate nacional e
internacional a respeito dos vários impactos de sua construção.
Usina Hidrelétrica de Belo Monte
Ainda considerando as obras de grande porte, foi colocado em
discussão os impactos ambientais e sociais decorrentes das atividades da INB
(Indústrias Nucleares do Brasil), que possui uma unidade de extração de urânio
na cidade de Caetité, sudoeste baiano, onde opera a mais de 20 anos. Além, da
Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL, outra obra do PAC que foi licitada
pela VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, que tem consequências
diretas na Região Sul da Bahia, por constituir um corredor de escoamento de
cerca de 20 milhões de toneladas/ano de minério ferro, através do Complexo
Logístico Intermodal Porto Sul, situado na cidade de Ilhéus.
Todas essas obras mencionadas tiveram que passar por rigorosos estudos de impactos ambientais. No entanto, mesmo que estes estudos tenham revelado degradações irremediáveis, essas obras continuaram a ser operadas, devido aos grandes interesses econômicos que as rodeiam.
Todas essas obras mencionadas tiveram que passar por rigorosos estudos de impactos ambientais. No entanto, mesmo que estes estudos tenham revelado degradações irremediáveis, essas obras continuaram a ser operadas, devido aos grandes interesses econômicos que as rodeiam.
No debate, os aspectos mais discutidos abarcavam a
importância e a falta de estudos socio-antropológicos, que visam resguardar a
dignidade, a cultura e a memória das comunidades circunvizinhas a grandes obras
de engenharia, que sofrem todo e qualquer impacto imediato advindo das
mesmas.
Nayara: outro aspecto destacado na palestra do Prof. Spency foi a necessidade de abordagem pluri e interdisciplinar envolvendo as Ciências Sociais no desenvolvimento dos estudos preliminares e de viabilidade de obras do porte que claramente impactam o ambiente, com a integração da engenharia ambiental com outras áreas do conhecimento para que não se constitua somente como um problema de engenharia, mas uma questão de sobrevivência planetária.
ResponderEliminar