Complexidade: Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos
No dia 22/03 participamos da palestra com o Prof. Dr. Dirceu Benincá, Pós-doutor em Educação, docente na UFSB-CPF. O tema debatido em aula, foi a atuação do
sociólogo na relação com a Engenharia no contexto da questão ambiental.
Prof. Dr. Dirceu Benincá |
Tema da Palestra |
Com a situação do lixão do município de Itabuna, no sul da Bahia,
exposta pelo Jornal Nacional, em 2012, e
os impactos diretos ao meio ambiente e a saúde dos moradores da região
circunvizinha, iniciamos nosso debate.
Vídeo do JN no Ar: Lixão de Itabuna-Ba.
O lixão de Itabuna denunciado pelo JN, representa a situação de
muitas outras cidades, que passam por um processo de constante aumento
populacional, proporcionando uma grande geração de resíduos sólidos
urbanos e um atraso na adequação do devido descarte. O local de descarte de resíduos sólidos em Itabuna, ainda não se
enquadra nas especificações de um aterro sanitário, responsabilidade da secretária de infraestrutura da cidade. Por definição, aterro sanitário, é o local
destinado à decomposição final de resíduos sólidos, sem causar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.
Esquema de um Aterro Sanitário
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Assim como a maioria dos municípios brasileiros, Itabuna ainda não
cumpriu as determinações para encerramento de lixões, conforme a Lei nº12.305/10, que decreta que os rejeitos devem ter uma disposição final
ambientalmente adequada. Essa lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que visa organizar a maneira com que o país lida com o
lixo e cobrar dos setores responsáveis transparência no gerenciamento de
seus resíduos. Em novembro de 2016, o governo federal
autorizou a prorrogação do prazo da lei que acabaria com os lixões no Brasil.
Em debate concluímos que, mesmo
após 6 anos da reportagem do JN, o estado do lixão de Itabuna ainda é de calamidade. Assim, como possíveis soluções para este problema, sugerimos a criação de consórcios
públicos entre as cidades de Itabuna, Ilhéus e as cidades vizinhas, para que implantem a gestão dos resíduos
sólidos urbanos, com implementação de coleta seletiva e aterros sanitários. Dessa forma, com a união de alguns municípios, os custos da execução
do projeto da PNRS diminuiria consideravelmente. Cabe aos municípios contratarem profissionais como Engenheiro Ambiental, Eng. Civil, Eng. Sanitarista que possam projetar, dimensionar e executar uma obra como essa, além de profissionais da área de serviços sociais que possam atuar dando suporte às famílias que trabalham nos lixões e vivem nos arredores.
Assistimos ainda, um vídeo da FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho. Nesse vídeo, é relatada a realidade do trabalho executado tanto na coleta do lixo, a
partir dos trabalhadores catadores, quanto pelas cooperativas de reciclagem de
resíduos sólidos. Vimos também, um pouco sobre o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), movimento social que trabalha organizando e apoiando os catadores de materiais recicláveis no Brasil. Enfatizamos a importância desses trabalhadores para a sociedade e o meio ambiente, pois retiram da rua uma quantidade enorme de lixo diariamente, contribuindo para a preservação da natureza.
Outro assunto abordado, foi a situação atual da disposição de lixo urbano, na cidade de Teixeira de Freitas-Ba. A cidade fica no extremo sul baiano, onde houve uma ocasião no ano de 2015, que diversos moradores e catadores de lixo, foram filmados em um lixão local, pegando frangos apreendidos pela polícia federal e impróprios para consumo. O que
revela uma realidade de extrema pobreza e dependência do que retiram do lixo.
O Prof. Dirceu nos mostrou
na sua palestra, que todos os aspectos correlacionados com os lixões (consumo,
descarte, impacto ambiental e risco a saúde) devido a sua interconectividade e dimensão, geram uma crise sistêmica, em escala nacional. Como proposta, foi dada a opção de ter a iniciativa de praticar ações que influem na mitigação desses aspectos/imapctos do lixo, com a aplicação da política dos 5 Rs da sustentabilidade: Repensar,
Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Com a finalidade de alcançarmos um futuro de sustentabilidade ambiental e social.
Proposta de reduzir os impactos socioambientais
Por fim, uma frase de um catador de lixo, que foi citada pelo Prof. Dirceu:
"O catador faz mais pelo meio ambiente, do que o próprio ministro do meio ambiente"
Nayara: excelente postagem!!
ResponderEliminarVocê dá um exemplo nesse canal da blogosfera, como é importante que as informações recebidas nas cadeiras universitárias ganhem alcance e publicização na rede. Você conseguiu juntar a questão dos lixões, da ausência generalizada dos planos municipais de resíduos no sul da Bahia, com a questão social e o papel dos catadores, além do drama das famílias brasileiras que dependem até de comida estragada (descartada por se encontrar fora da validade) para sobreviver.